9.8.15

Com as festas dos santos padroeiros e os casamentos de verão, a costureira não tem tido mãos a medir por estes dias. É um sobe e desce de bainhas, pinças para fazer, que o cavalheiro emagreceu, outras para desfazer, que a senhora anda nervosa, um baptizado decidido à última da hora, uma noiva com desejos de refazer a cauda pela terceira vez. A tudo isto, a costureira não se nega, solicitações urgentes em tempos de férias grandes é algo a que já se habituou. Sabe que o mais difícil é arranjar material, se não o tiver em stock, porque os revendedores estão todos a banhos, e aturar as freguesas emproadas, que se julgam sempre para além de qualquer ordem de chegada. Todos os anos se embufavam, dizendo que é a última vez, que da próxima vão à cidade, onde é tudo mais depressa e mais barato, mas no ano seguinte, lá estavam novamente, sentadas de perna traçada, bebericando a limonada da costureira, como se nada se tivesse passado. Há clientela fiel, infelizmente, pensa a costureira.

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