26.9.15

É dos nervos, ela bem sabe, não vale a pena a resposta afiada na ponta da língua, ele anda nervoso e ela tem de ter paciência, lembrar-se de que também ela não é perfeita e uma vida a dois é mesmo assim, feitas de altos e baixos, montanhas e regadios, como dizia a mãe, nos dias em que o pai chegava a casa, já depois do jantar,  a cair de bêbado e a cantar é tão bom ser pequenino*.  Mas quando ele atira com o pão para o lado, enquanto blasfema, Mas que merda de pão é este, tão seco?, depois de grunhir que a massa não sabe a nada, ela, de talheres na mão, engole a raiva a custo e imagina a faca num vai e vem. Um dia, perde a cabeça.

4 comentários:

  1. Engolir a raiva faz mal! Mais dia menos dia, explode-se!

    Beijos, Costureira. :)

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    1. As vidas vão se tocando assim, engolindo raivas, tantas e tantas vezes.

      Mais um beijo, Maria.

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  2. E se o fizer, é duplamente desgraçada.
    Maldito vício!

    Um abraço.

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    1. Há tanta coisa que é preciso mudar/melhorar na condição das mulheres, que admito a confusão que me fazem campanhas como a dos Homens de Saltos Altos ou Soltem o Mamilo. Às vezes, sinto-me dentro de um circo.

      Um abraço, querida mz.

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