Ligava sempre a telefonia antes de começar as provas. Punha a fita à volta do pescoço, duas gotas de colónia de alfazema nos pulsos e mandava as noivas subirem para o banquinho. Fazia os vestidos das outras. Brancos, por vezes um pouco menos, que a virtude pode ter outros tons e ser disfarçada com rendas. Percorria-lhes os corpos com as mãos pequenas, sessenta e cinco centímetros de cintura, está mais magrinha, enquanto elas, as noivas, por entre risinhos nervosos e lábios mordidos, lhe confessavam as coisas que omitiam às mães e ao padre. Não tem mal, pois não?
(Continua nos
Assombrados. Muito obrigada aos
autores.)
Antes à costureira do que ao padre, esses dissimulados de pureza exigindo segredos da vida privada em troca de céu.
ResponderEliminar«na sua cela havia uma imagem da virgem. (...) via apenas diante de si uma linda moça loura; amava-a; suspirava; despindo-se olhava-a de revés lubricamente; e mesmo a sua curiosidade ousava erguer as castas da túnica azul da imagem e supor formas, redondezas, uma carne branca. Julgava então ver os olhos do Tentador luzir na escuridão do quarto; aspergia a cama de água benta; mas não se atrevia a revelar esses delírios.»
Eliminar(palavras do excelentíssimo Padre Amaro ;)
Obriagda, nós :)
ResponderEliminarBelíssimo projecto.
Eliminar:)