Foi uma cerimónia bonita, onde não faltaram os familiares e amigos mais próximos, em igual quantidade de gente anónima que também quis ofertar um último adeus. O padre, amigo da família, enalteceu o homem de bem. Os homens olharam cabisbaixos para as biqueiras dos sapatos, Qual de nós, a seguir? As senhoras, que não continham os pingos, fungavam baixinho, enquanto lamuriavam palavras gastas de ocasião. A viúva, embrulhada no luto a estrear, ia assoando vagarosamente o nariz. Dos colegas e clientes, vieram muitas coroas de flores, tantas que o homem da agência funerária teve de mandar vir mais um carro, Não estávamos à espera, mas que a senhora não se preocupasse, que tudo se havia de levar, olhe que coisa assim, tanto respeito e condolências, nunca ele tinha visto em vinte anos de serviço, que cerimónia bonita...
Longe dali, entre os gritos e correrias de duas crianças, uma mulher chorou.
Chorou, sozinha.
ResponderEliminarBeijos, Costureira. :)
Beijos, Maria Gaivota.
EliminarSão todos homens de bem.
ResponderEliminarVidas.
:)
Especialmente, depois de morrerem :)
EliminarA perda dói mais no adeus do choro clandestino.
ResponderEliminar(Pessoa preocupada avisou-me da existência deste blogue. Duplamente agradecido)
Bem-vindo, Paulo, e muito obrigada pelas suas palavras.
Eliminar("Pessoa preocupada"? Espero que não seja comigo :)
Abraço.