24.2.16

--Que te juro, se me tivesse dito logo, nem tinha ficado tão chateada!! Aquele urso!... Eu bem que já pressentia, sempre calado, marcambuzio... até lhe perguntei, tu acreditas? até lhe perguntei, muito calma, se ele gostava de outra pessoa. Porque eu entendo, ó pá, custa na mesma, mas a gente entende que o sentimento acabe ou mude, sei lá... E aquele cobardolas acagaçou-se e disse que não, que não havia mais ninguém, era ele que andava cansado... CABRÃO!!
 
--Tem calma... essas coisas nunca são fáceis... talvez ele tivesse medo de te magoar...
 
--Medo de me magoar?!? Então e assim não me magoou?! Achas que não me magoou?! Aquele porco! Um porco, eu não merecia! Despachar-me por sms, o Merdas!!
 
--Vá, tem calma. Bebe um chá, tenta te acalmar. Estás muito nervosa, isso não te ajuda nada.
 
-- Um chá?!... Um chá?!! Quero cá agora a merda do chá! E pois estou nervosa, claro que estou! Tu não estarias também?! Olhó caralho!!... 
 
--Sofia! Fala mais baixo, porra! Não faças cenas aqui.
 
--Ai, está bem, desculpa, saiu-me... O que eu gostava mesmo de saber é quem será a puta, é que gostava mesmo. Queria vê-la, ver o que é que ela tem que eu não tenho, a sério! Tu jura-me que não sabes quem é, porque se tu sabes e não me dizes!!!! Ai, Carla, tu não me faças isso!!! Eu não respondo por mim!
 
--Ó pá, não te disse já que não sabia?!... não sei, a sério, e olha,  se queres a minha opinião, saber quem é não te vai ajudar nada, só piora. Mais vale dares-lhe desprezo...
 
--Nem pensar... eu hei-de descobrir quem é essa vaca... Hei-de lhe fazer a vida negra! Já me conheces, não descanso enquanto não lhe partir as trombas! Queres uma imperial? Apetece-me álcool.
 
--Não, credo! São 11h da manhã, Sofia!
 
--Não sejas xóninhas, bebe uma comigo, vá lá...
 
--Nem pensar! Tenho de voltar para o consultório, saí a correr, quando me ligaste, tenho montes de coisas para fazer. A sério que não quero.
 
-- Ok, ok, vou buscar uma p´ra mim, então, e depois vamos embora.
 
Enquanto a Sofia se arrasta por entre as mesas de plástico castanho do Café, até ao balcão, onde o Zé a espera, coçando os tomates -sempre lhe deu tusa, a Sofia, o melhor par de mamas do secundário!-, Carla, tecla, de mãos a tremer, TAMOS TAO FODIDOS MOR! ELA E DOIDA! 



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